quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Num banco de jardim

O dia estava a entrar na fase dourada, naquela hora onde o sol está mais calmo e se deleita sobre as folhas ao invés de as consumir de luz e calor. Peguei no mundo de papel e tinta que se esconde por detrás da tua capa clara e com letra ao estilo antigo. Pus-te debaixo do braço e peguei no casaco quente e pesado que estava na cadeira da entrada, mesmo quando passei a porta em direcção à rua.
Vi-te ao longe, companheiro das horas de fantasia, das horas intermináveis de mundo e vidas impossíveis, vi-te ao longe e o sentimento que se apoderou de mim foi o comunhão e amizade. Como conheces bem a curva do meu corpo e o calor da minha imaginação. Como conheces bem os meus sonhos acordados e os meus devaneios e loucuras saudáveis. Sabes quem sou, para ti não tenho segredos.
E mergulho nas letras e na tua história velho amigo. E sinto o sol a deixar o firmamento. Sinto apenas, porque olhos só tenho para ti, história de amor e morte, história da vida. Outra vida, que poderia ou não, ser minha.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Amigas

Mesmo que as coisas sejam difíceis e negras, ter amigas como vocês é ter casa, ao invés de um sítio onde se vive. É saber que haverá sempre ajuda para limpar uma lágrima que foge ou o chão sujo depois da festa. É ter a quem ligar a tarde e a más horas e é ter quem nos ouça com carinho quando tudo o que queremos é calar. A festividades trazem a melancolia, mas aquilo que vocês me fazem sentir dura todo o ano, todos os anos.
Existem poucas coisas mais maravilhosas do que ter alguém que sabe quando perguntar se está tudo bem. O teu sorriso nunca me engana, conheço-os a todos, mesmo aqueles que usas e não sentes. Gostava que vocês conseguissem imaginar o quanto é ridiculamente enorme aquilo que sinto por vocês. Como se metade de mim fosse vossa, como se a vossa felicidade e a vossa dor fossem minhas. Como se tudo aquilo que não dizemos verbalmente fosse dito com um olhar e um encostar de cabeça. Sei tudo o que me querem dizer e sei também que tudo isto é recíproco. Tem volta. É infinitamente circular, onde o início e o fim, não se encontram porque não existem.

Não vos peço perdão pelas coisas que calo, porque a minha alma é turbulenta. Não peço perdão porque vos amo e isso, sei bem, é suficiente.

Hoje, e ontem, e por todas as coisas. Pelo sol e pelo mar que partilhamos, pelas festas e pelas alegrias que construímos. E principalmente pela amizade que nos une, escrevo este texto só. Este texto que não chega, nem raspa a superfície de todas as profundidades que dividimos. Este texto, que me aqueceu o coração e me encheu de angustia, por acreditar que ele fica muito aquém do que são para mim.

Vocês são a família que eu escolhi.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

This is Christmas *

Chegou o final do ano. O último mês, as despedidas do ano velho e a antecipação do ano novo.
Hora de balanços, de fechar agendas, jogar tralha fora.
Este é o mês das ruas enfeitadas e dos mil anúncios de publicidade a brinquedos e milhentas coisas de que não precisamos mas sem as quais não podemos passar. Este é o mês da solidariedade e da entre-ajuda, este é o mês em que nos apercebemos que não estamos sós, não vivemos sozinhos.

Mas este é principalmente o mês da família, dos miminhos e da árvore de Natal. Este é o mês das camisolas de lã e dos gorros e luvas quentinhos. É o mês em que sonhamos com tudo o que iremos conseguir no próximo ano. É o mês dos planos e da percepção das mudanças que precisamos de arquitectar para seguir com a nossa vida. É o mês dos Se eu, ou dos Talvez. É o mês em que nos sentimos mais ligados ou mais sós.

Gosto de Dezembro. Gosto de estar num café a beber chocolate quente e com a rua cheia de luz e cheia de gentes. Gosto do cheiro do frio e do quente das botas altas. Gostos dos embrulhos. Gosto das músicas de Natal, mesmo aquelas gastas e ronfenhas de tantas vezes serem tocadas.

Gosto do amor que emana desta época do ano. Gosto do espírito de Natal porque gosto de pessoas e acredito que nesta altura transbordam aquilo que são, quentes e humanas. Nesta altura do ano são mais pelos outros e mais pelo mundo.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Fragile

E quando pensamos ser fortes e no final de contas somos de papel, como os demais. E quando acreditamos ser capazes de carregar todos à sua meta e no final somos derrotados, chegando depois da fita já ter sido cortada.

As fragilidades que assolam os que em tudo pensam e por todos lutam, somos melhores ou vulgares?  Somos iguais a todos por ter fraquezas e por perder lutas e batalhas, ou somos melhores por reconhecer que perder faz parte da vida, em cúmplice dualidade?

Carrego comigo a vontade de fazer mais pelos outros, certas vezes até para meu próprio benefício, não o vou negar. Mas intrinsecamente ligada a mim está a fragilidade que me assola quando o resultado não é o desejado.

A fragilidade que sinto quando a tua resposta não é a esperada, ou quando todo o meu discurso não serve de nada. A fragilidade que sinto quando o meu sentimento não é retribuído, nos moldes que seriam os ideais, para mim pelo menos.

Talvez sejam as fragilidades que me tornam humana. Talvez sejam elas que me tornam forte em tempos de adversidade, equilibrando a minha alma para que não encrue e seque.

domingo, 18 de novembro de 2012

Futuro

As incertezas podem consumir-nos. Mas eu, pessoalmente, acredito que as certezas também.
Quem somos muda a toda a hora, as infinitas decisões e possibilidades que tomamos e que nos assombram são as pedras em que assenta a nossa personalidade.
Uma atitude insensata não faz de nós tolos, nem um sentimento menos nobre nos torna ruins. Com isto também posso afirmar que uma boa acção não nos torna santos. Uma das minhas maiores aprendizagens veio pela minha Sis', que me ensinou que o bom não apaga o mau e o contrário também é verdade. Afinal o que somos? Se não podemos compensar uma acção má por uma boa, o que nos resta?
Não sei, viver talvez. Arriscar. Tentar. E seguir o nosso caminho, seguindo, e perdoem-me a vulgaridade, o nosso coração e a nossa consciência.

É isso que todos fazemos, alguns de nós pelo menos.

Nunca é tarde para aprender e para começar de novo, mas é possível que seja essa a vontade que falta a muitos para alcançarem os seus sonhos...

sábado, 17 de novembro de 2012

I & C

Obrigada.
Obrigada pela partilha da vossa felicidade comigo.
Obrigada por fazerem parte da minha vida.

Desejo-vos a maior das felicidades, a mesma que desejo para mim. Vejo em vocês o exemplo do amor e da cumplicidade. A tal alma gémea, que todos temos, mas nem todos a encontram.

Obrigada pelo dia maravilhoso, pela companhia e por me inspirarem com a vossa alegria e com o vosso amor.

Feliz dia. Feliz vida.

domingo, 11 de novembro de 2012

I think I've seen you before

Quando trocámos o olhar pela primeira vez, tive uma sensação estranha. Achei que já te conhecia. Tive a certeza que te ter conhecido sob outras circunstâncias.
Cerraste os olhos quando me disseram o teu nome e eu te disse o meu. Tiveste a mesma sensação, disseste-o quase de seguida. Sorri e disse - Eu também, mas não sei de onde...
Foi um resto de conversa agradável, mas os meus olhos continuavam a fugir para ti e os teus a cruzarem-se comigo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Obama

Ora, afinal os americanos não são tão estúpidos como eu pensava.
Gosto da América, a sério. Admiro o que investem em ciência e em investigação e desenvolvimento. Admiro como valorizam as pessoas pelo que elas são e pelo que conquistam. A terra onde tudo é possível, right? Ora eu acredito que esta é a América da Universidade de Harvard e do MIT, a América das séries de televisão em que todos são inteligentes, a América do New England Journal of Medicine, da New York Heart Association e da American Thoracic Society. Gosto desta América.
Infelizmente a verdadeira América não é assim. As pessoas são incultas, qualquer video do youtube nos provará isso mesmo. Coisas como: Pergunta feita a um americano: Quem ganhou a guerra do Vietname? Ao que a criatura responde: Nós claro. I rest my case. A América da inactividade física e da obesidade, a América das terrinhas e da aldeia pequena. A América do a culpa é da Europa. A América das guerras do Golfo, que não tem nada haver com petróleo, não sejam más línguas.

Mas o mais inacreditável acerca da América é o poder que o país tem de me surpreender. Eu custei a acreditar quando o Obama ganhou a primeira vez. A re-eleição foi para mim um espanto completo! Estou contente, a sério, por eles principalmente. Pela Europa, um bocadinho. Vejo uma esperança no reavivar de uma sociedade. Vejo algum futuro.

Não nos chamam o Velho continente por acaso, não somos só o mais antigo, mas também o mais sábio. A actual crise pode até contradizer esta afirmação, mas é verdade. Esta crise nasceu de velhas raposas a julgarem-se mais espertas que outras, mas estamos atentos. Já não estamos a dormir. E pelos vistos os americanos também não!
:)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Amanhã

Não podemos desistir, eu sei. Mas por vezes a vontade é tanta que dói. Mas temos que continuar, eu sei. E vamos arrastando mais um dia os pesos de toda a vida.
Vamos conseguir, eu sei. Mas porque tem que ser tão difícil agora? Ainda no início, porque tem que ser tão difícil?!
Será que fica mais fácil? Espero que sim.
Eu espero sempre.
Que o tempo mude, que o dia acabe, que as pessoas sejam melhores, que eu aprenda com os meus erros, que os outros aprendam com os erros deles. Eu tento sempre, eu acredito sempre. E não pensem que por esta conversa deixei de acreditar, nada disso. Mas existem dias difíceis, existem horas complicadas e momentos em que desesperar se torna sedutor. Mas o desespero é como a desistência, são apenas ilusões. Nunca irei desistir, sei disso.
Faz parte da minha natureza.
Irei sempre dar o passo que falta.
O problema é que ao olhamos em volta apercebe-mo-nos que não temos tanta companhia como imaginávamos, estamos mais sozinhos. Vemos que existem mais estradas sem saída e vias de sentido único do que acharíamos possível. Existem mais desilusões do que alegrias. A diferença é que as alegrias pesam mais, valem mais, são mais. E por isso as temos como preciosas, e apenas uma alegria colmata mil desilusões e tristezas.
Mas dói na mesma, e existem dias em que a dor é quase física. Outros dias, existem também, em que nem damos por ela.
Sem o branco nunca conseguiríamos conceber o preto. Eu entendo, a sério. A culpa é do céu cinzento que pesa na alma. A culpa é da falta de sol, que magoa. A culpa é dos outros. A culpa é minha.
Não te preocupes, eu resolvo. Sempre.
Choro, rio, fico triste, sou feliz.
No final da noite o sol nasce novamente, mesmo que não vejas. Confia em mim, nasce sempre. Até depois de virarmos pó, ele irá nascer, sempre.
É sobre essa confiança que espero sempre que o amanhã seja mais brilhante.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Parabéns Leonor!

Lembro-me perfeitamente do primeiro dia em que te vi. Eras muito pequenina e frágil, mas já eras linda e fiquei, desde esse primeiro momento, louca por ti.
És a querubim da família, a mais nova, a mais feliz e a mais verdadeira! Sempre a sorrir e a conversar!
És a alegria de todos nós, que sonhamos ser melhores para te merecer, a ti e ao teu amor.
Amo-te e tenho muito orgulho em ser a tua prima Cristina! :)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Frágil

Tudo é frágil, principalmente o que temos como absoluto e inalterável. Tudo é frágil, num momento somos tudo, noutro nada somos.
Somos Reis e senhores num dia, escravos e miseráveis, no dia a seguir.
Vivemos como pássaros voando livres num céu que é nosso, e logo de seguida, sem aviso e nem vontade, viramos vermes com nenhum controlo sobre nada.
Somos tudo, sendo nada. Queremos tudo, lutamos até ao fim, até gastar as armas.
No fim, somos nada.
E tudo o que temos, não se vê, não se compra, não se pode emprestar, nem dividir. Sente-se. Tudo o que temos é um aperto no peito e borboletas no estômago. Tudo o que temos, não o podemos mostrar, só demonstrar. Tudo o que temos pode ser questionado, pode ser posto à prova.
Se for mesmo nosso, sobrevive. Se for mesmo nosso, evolui, fica mais forte.

Tudo o que tenho cá dentro, é tudo o que sou, e tudo o que sou é nada.
É um nada imenso e sem fim, maior do que todos os oceanos.

domingo, 21 de outubro de 2012

Dream

As ideias nascem nos locais mais insólitos. E quando elas nos aparecem por vezes julga-mo-las disparatadas. Mas o curioso com uma ideia, é que quando ela é boa, fica a matutar-nos na cabeça. Pensamos que já a esquecemos e lá aparece ela, sem qualquer aviso prévio. É um aviso, está a dizer-nos que tem que nascer, tem que ser concretizada.

E é por isso que escrevo hoje acerca de sonhos.
De ideias que surgem do nada e requerem tudo para funcionar.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Quero-te, quero o amor...

Quero o amor, quero essas coisas todas que mostram os filmes e de que falam os livros. Quero sentir a adrenalina e a serenidade, a loucura e a doçura. Quero a partilha e quero crescer juntinho. E quero todas as outras coisas que vocês querem também.
Mas quero mais, quero que o ele compreenda que ler é uma paixão minha e que fazê-lo não é deixar de dar-lhe atenção, mas aprender a amá-lo mais. Quero que ele leia os meus silêncios e os conheça, quero que ele goste deles tanto quanto gosta de mim. E da tagarelice, ele tem que gostar da minha tagarelice, porque eu falo, muito! Quero que ele goste de experimentar coisas novas, comida, arte, paixão. Coisas novas que enalteçam os sentidos, que nos façam sentir mais apaixonados um pelo outro. Quero que ele tente mais uma vez gostar de algo que não gosta, porque aprendemos a gostar de coisas todos os dias, e quero acreditar que ele consegue amar de novo. Quero que ele me fale ao ouvido e me dê beijinhos no pescoço. Quero que ele leia o jornal e goste de falar do mundo e das pessoas e das coisas. Quero que ele goste de dançar e de comer farturas na feira. Quero que ele me faça surpresas e quero que ele se deixe surpreender por mim. Quero conhecer o mundo com ele. Quero tirar muitas fotografias e nem um vídeo, apenas memórias. Quero comer chocolate da barriga dele e quero beber sumo de laranja a dois, pela manhã, numa varanda virada ao sol. Quero senti-lo em todos os poros, quero intoxicar-me do seu sabor e do seu cheiro. Quero levá-lo comigo, mesmo quando ele não está. Quero sentir-me eu, sendo dele. Quero construir em conjunto, quero criar algo nosso. Quero a loucura de senti-lo na minha pele numa noite de amor, e a serenidade da sua companhia no escuro, em silêncio, no cinema.

Quero cumplicidade e diferença. Quero compreensão e discussão. Quero amor e amizade.
Quero uma metade, quero o resto de mim.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

random thoughts

Gosto de me sentir inspirada. E, ao contrário do que seria expectável, não é difícil me sentir inspirada.
Imagens, sons, cheiros, pessoas, conversas e principalmente acções e emoções.

Gosto dos sorrisos, do esforço extra e da palavra obrigado. Gosto do que significa. Só não gosto de ouvi-la muitas vezes de pessoas que quem realmente gosto, não faço as coisas que faço por obrigação, mas por amor. E o amor nunca se agradece. Aceita-se. Quando se sente de volta, retribui-se. Mas nunca se agradece.

Gosto de imagens e de coisas bonitas. Gosto de coisas mágicas. Livros e fantasia, histórias que não são reais em mais lado algum, além de na minha cabeça.

Gosto da linha do rosto dos homens. Gosto do cabelo das mulheres. Gosto de olhares. De todos. Sem excepção. Os tristes e os sedutores, os sinceros e os alegres. Os que pedem socorro e os que dizem, estou bem. 

Gosto de pessoas boas. E gosto de acreditar que existem pessoas más. É verdade e mais vale acreditar para as conseguir distinguir entre a multidão.

Gosto de sentir. Gosto das vibrações que as pessoas emitem. Gosto de perceber as pessoas pela tonelada de informação que elas emitem com um simples Olá. Já sei quem são antes até de falarem. Não é uma ciência exacta, mas é uma ciência que domino relativamente. É inato, não aprendido.

Gosto de gostar de pessoas. Gosto que gostem de mim. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

lazy autumn afternoon...

E quando, à tarde, olhamos o céu está tudo escuro. Apenas sopra um vento delicado que nem assobia, apenas abana as folhas mais bailarinas. Existe no ar um conforto familiar misturado com o cinzento a dar ares de chuva.
Suspiro. Inspiro fundo e sorrio, ao reconhecer aquela parte de mim que colecciona memórias vivas. Aquela parte de mim que grava estes momentos no canto das memórias doces. As memórias doces são aquelas que recuperamos quando temos um dia negro ou uma surpresa boa. As memórias doces são aquelas pequenas coisas na vida que fazem as grandes coisas valer a pena. São os sorrisos sem razão aparente e são as lágrimas quentes de comoção. As memórias doces são a nossa aceitação que não somos mais do que um pontinho, uma peça num puzzle de milhões.
Tenho muitas memórias doces, faço questão disso!

O teu abraço, o teu sorriso, o teu obrigada e ainda o teu, gosto de ler o que escreves. Sim, estou a falar de ti, que estás a ler. Tu és provavelmente a minha memória mais doce. Alguma coisa que passámos juntos ou vivemos juntos. (suspiro e sorriso, ao mesmo tempo)

Não estou a falar daquela festa ou naquele jantar, estás enganado. Estou a falar daquele segredo e daquele sorriso. Do bolo e do copo de leite, da desilusão que ficou mais leve depois de partilhada, do medo e da força vais conseguir.
Estou a falar do silêncio, a minha memória doce preferida! Estou a falar do milhar de coisas que partilhamos quando apenas olhamos um para o outro, ou quando olhamos juntos para alguém, ou alguma coisa. Estou a falar de gargalhadas e de piadas secas. Estou a falar de conforto e cumplicidade. Agora, já acreditas que falo de ti? Sim, estou a falar de ti desde o início.

Gosto das minhas memórias doces porque gosto de pessoas, de locais e da natureza. Gosto do vento e do mar e do sol e gosto acima de tudo de pessoas, como tu e diferentes também. Gosto das diferentes porque aprendo coisas novas com elas e gosto de ti porque me revejo nas tuas coisas.

Gosto de memórias doces, são as melhores, são as que constroem, são as que moldam e acima de tudo são as mais verdadeiras.

Este texto foi uma memória doce.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

that is my gift, to see beauty between the lines...

Tudo muda e dá a volta, muitas vezes para terminar no mesmo sítio.

A alegria e a tristeza, a euforia e o desespero. A loucura e a solidão.

O amor. Nunca lógico, sempre louco e desesperado, porque um amor calmo e compreensivo será sempre insuficiente, porque a loucura é que o define. E tudo o que fica aquém do absoluto não chega. Porque tudo o que é quase, não é nada.

Vem, mesmo que por uns instantes.

Prefiro, sempre, pouco de tudo do que muito de nada.

Vem, destrói. Construir-me novamente será a minha penitência pela audácia de te sentir.


sexta-feira, 5 de outubro de 2012

There's no place like home

Quando estamos na adolescência não há nada que desejamos mais do que terminar o secundário e sair da terrinha.
Tudo no sítio onde nascemos é claustrofóbico e limitante. Não vemos a beleza, nem a familiaridade de todos os locais, do sítio de conhecemos. Só queremos sair dali, ir viver os nossos sonhos!

Longe estamos de perceber que os nossos sonhos não passam tão longe dali como pensámos.

Vamos para a faculdade, vamos para longe. E sentimos saudades de casa. Mas eu queria tanto ir embora....

A verdade é que apesar de querermos a nossa vida longe daquele lugar, nunca estaremos completos sem ele. Não sobreviveríamos se vivêssemos no mesmo lugar para sempre, mas será igualmente verdade que não sobreviveríamos sem voltar a ele de vez em quando.

Temos que voltar a casa, para arrumar as ideias sempre, seja a nossa casa uma aldeia, uma cidade ou uma pessoa. Porque a casa faz parte de quem sonhamos ser e de quem somos realmente, ela é a ténue relação entre o que somos e o que sempre sonhámos ser.

A ligação entre o que é e o que será.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O início

Começou a ideia ontem. Começou a escrita hoje.

Faço-o sem qualquer pretensão de ter sucesso, apenas quero terminar as páginas que já comecei.

Não sei se a história é boa, nem sei se é assim que se faz, mas estou com vontade de escrever. E fá-lo-ei até contar a história que alinhavei na minha cabeça.

Estou com medo de não conseguir chegar ao fim. Estou com medo de que seja uma história tão má que ninguém goste. Tenho medo de me cansar e desistir a meio. Mas luto contra esse medo e conto a minha história. A história de uma vida aparentemente normal e realizada, mas que descobre o elemento que falta para a felicidade, o amor.

Não sei se vos falarei mais alguma vez deste livro que comecei a escrever. Não sei o que é suposto acontecer quando estamos a escrever. Mas no fim, se lá chegar, dir-vos-ei e espero que sintam orgulho em mim. Em parte é por vossa causa que o faço. Obrigada por isso.


Não tem título ainda.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Sento-me à janela e oiço a chuva

Sento-me à janela e oiço a chuva. Sinto-me inteira, mas incompleta.
Falta-me o frio na barriga e o coração a bater acelerado.
Já imaginei mais do que uma vez como será essa usurpação de controlo sobre o que se deseja. Já senti, esporadicamente, como essa sensação pode ser limitante e angustiante. Mas continuo a desejá-la.

Enquanto vejo a água a escorrer o vidro, sinto o contentamento de ser eu. Não tenho nada que não desejo. Tenho algumas coisas que preferia não ter, mas que são minhas e por isso aceito-as. Dou também, aquilo que sou e aquilo que posso. O meu altruísmo é a característica mais egoísta que possuo. E eu, que possuo tantas.

Mas sinto falta do coração a bater acelerado e de ter com quem sonhar quando Morfeu me embala. Sinto falta de corar e de sentir as pernas tremer.

Quero-te pessoa minha, onde quer que estejas. Encontra-me.

domingo, 23 de setembro de 2012

Invictus



Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

WEH

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ao descer a rua...

O sol estava quente e e brilhava um tom laranja avermelhado no final do dia. Estava uma brisa agradável e havia uma peso de final do dia no ar.
Ainda nem te tinha visto quando te senti. Senti o aroma da tua pele e o calor que emanava de ti quando me virei em resposta à tua presença. Sorriste e eu sorri de volta. Senti, logo de seguida, um arrepio seguido por uma onda de calor desde o pescoço até às pernas. Porquê, pensei eu, porque é que me provocas este descontrolo total e praticamente impossível de evitar.
Gostava apenas que tivesses a força de lutar, porque eu não tenho. Tenho demasiado medo, de te perder depois de te ter. Soa a ridículo, eu sei. Parece estúpido impedir-me de viver algo mágico pelo receio de perder a magia depois. É mais forte do que eu.
Por isso peço-te que sejas mais forte do que eu, peço-te que lutes com a força dos dois e que faças valer a pena. Que proves que eu estou enganada ao desconfiar do energia que emana de ti. Permite-me beber da tua loucura enquanto partilho a minha, que está enterrada em timidez.
Desafia-me, porque preciso de ti e preciso de acreditar que o amor de uma vida, existe e está à minha espera.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

pelos nossos direitos...

Amanhã vamos caminhar juntos. Encontra-mo-nos na hora marcada, mas  naturalmente esperamos alguns atrasos. Há quem venha de longe. Existem também outros que se vão aglomerar noutros locais.
Chegou a hora em que todos se unem. A hora em que todos esquecem aquilo que os separa e se lembram da causa comum. O desrespeito pelo trabalho, pela pessoa, pela sociedade e pelo país.
Ao contrário do que o ego edemaciado de alguns governantes os leva a crer, esta terra lusa é nossa e não deles. As montanhas do centro e as planícies do sul, são nossas. As videiras das encostas do douro e as praias do litoral, são nossas, nada lhes pertence. Foi-lhes concedida a honra de assumir a vontade do povo através da liderança do país, e o que fazem eles? Destroem. Corrompem. Alteram. Violam. Distorcem.
Quem são vocês para alienar a vontade dos descendentes de Afonso? Dos lutadores, que sem espadas pesadas como homens, têm a sua força no amor ao próximo e à terra. Dos que cavam com enxadas e que escrevem sem parar, dos que conduzem e dos que esfregam o chão, dos que pensam e dos que fazem, dos que salvam e dos que fazem o que podem.

Quem sóis vós, pergunta a criança que não entende porque o prato da mãe não tem comida.
O que fazem, pergunta o reformado a sofrer por não poder pagar a medicação.
Para onde nos levam, pergunta o ajudante de supermercado com a matrícula da faculdade congelada.

São estas as perguntas que fazemos. São estas as respostas que exigimos. É isto que pretendemos saber.

Honrem o vosso compromisso. Se não o fizerem, caiem, como os que vos precederam. Porque governos há muitos meus senhores, e interesses também, mas os descendentes de Afonso irão para sempre povoar esta terra. Ao contrário do que pensam, ela é nossa e por ela lutaremos até os nossos ossos virarem pó.






Amanhã desceremos a avenida como um só. Um povo, uma nação!

terça-feira, 11 de setembro de 2012

7%

Não sei onde vamos parar, Portugal.
Não vejo o fim desta longa estrada.
Nem a luz que vem com a alvorada.

Queremos mais, merecemos melhor.
Somos um povo e um país vencedor,
Desde os tempos de Afonso, o primeiro
Até ao tempo de "Pelo povo, não pelo dinheiro!"

Luta sem armas, mas usa a tua voz!
Fala contra os que nos tornam inválidos,
Sós.

Vence as batalhas com vontade e perseverança.
Não há espada, peste ou fé que nos vença!
Fizemo-nos ao mundo! Marcamos presença
Neste canto a sudeste de tudo,
Onde a luz e a paz, não serão sinónimos de pacificidade e inércia!
Mas de honra e valor! De luta e conquista.

Portugal,
Tivemos reis e princesas,
Adamastores e guerras,
Papas e inquisição,
Ditadura, fome e seca.

Não sucumbimos, nós não, o povo não!
Sobreviveremos sempre, porque juntos somos tudo! Juntos somos Portugal!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Na terra de Klimt

O voo de ida nem correu mal. À parte da ausência de jantar por ausência de hospedeira...Limite de segurança.
Gostei dos edifícios, a fazer lembrar os anos 40.
A majestosa Viena, com o céu cinzento e o ar que nos invade de uma sensação intensa de sabedoria, de pertença. A cultura a transbordar por todos os poros, por todas as ruelas e por todas as portas e janelas.
Gostei da diversidade das pessoas, fazendo parte do mundo, vivem no delas. Levam a sua vida e têm sempre alguma coisa por fazer, que tem que ser feita já.
A ciência de manhã e a cultura à tarde. Um sorriso todo o dia.
Gosto de saber. Gosto de compreender. Gosto de aprender. Aceito todos os adjectivos que me atribuírem, por ser assim. Os bons e os depreciativos, aceito todos, sinto que possuo todos. Sou todos. Aceito as minhas limitações, por isso aquilo que tenho a absorver é infinito. É tudo.

Uma cidade de Reis, no tempo dos nómadas.

E na volta, vim um bocadinho maior, um bocadinho mais eu. Vim um bocadinho mais completa, mas também mais sedenta de continuar.
Quero mais.
É essa inquietude que me faz viajar.
É ela que me comanda. É ela que me preenche, que me faz sentir permanentemente irrequieta, por completar. Por isso continuo em movimento. Porque tal como o universo, também o ser humano é infinito e eternamente em expansão.

O beijo. Klimt. Mozart. Catedral. Ciência. Pneumologia. Schönbrunn Palace. Saúde. Cultura. Música. Sensações. Movimento.

More, bitte!

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

eu ainda sonho esse sonho

Foi só quando te vi que entendi a verdadeira extensão da tua falta. Tinha tantas saudades tuas! E o melhor da nossa amizade, é que cada vez que te vejo, mesmo que seja só duas vezes por ano, é como se nunca tivesses ido.
É como se estivesses sempre aqui.
A nossa amizade continua tão completa como no dia que nos conhecemos na fila para a secretaria.
Empatia imediata.

E ao ver-te, lembrei-me do sonho. Falamos do sonho. Ainda fervilha cá dentro.

Não o quero perder, mas existem tantas coisas agora. Tantas coisas que são empecilhos no caminho. Pedras no sapato. Mas o que são pedras mais do que conformismos e desculpas. Serão as pedras objecções criadas por nós? Será mesmo assim? Será que não são verdadeiras? Será que os sonhos estão acima das responsabilidades e do cumprimento das promessas, mesmo daquelas que não prometemos e que nos vemos a cumprir?
Os nossos sonhos não devem destruir a realidade dos outros. Mas o que são sonhos, se não destruidores de realidade, e na mesma teoria cataclísmica, os criadores de novas realidades. Os sonhos de hoje serão a realidade de amanhã?

Eu acredito nas pedras e nos sonhos. Não vou desistir do sonho. Vou carregar as minhas pedras, com doçura, guardando sempre a lembrança que elas um dia foram um sonho, fofo como algodão doce. E não me vou permitir esquecer que a realidade torna o algodão doce pesado e áspero, como as pedras nas encostas de um riacho.

Farei como o poeta, guardarei as pedras, todas. No fim, erguerei o meu castelo de sonhos.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Madness

Quando me falaram do que eras, pensei que era exagero. Disseram que eras absoluto como o sol, e igualmente quente. Falaram como tudo adquiria um brilho e uma jovialidade, desconhecidas, até chegares. Eras uma invasão, um déspota que iria governar com mão de ferro tudo o que era meu, tudo o que era eu. Eu ia deixar de existir.
Só tu serias real e só para ti tudo iria ser.
E eu seria uma escrava livre e presa por sua própria vontade.
E, jamais poderia conceber a minha vida desenlaçada da tua.

Chamaram-te amor.

Estive muito tempo sem te conhecer.

ao ler-te

E quando termino a página, sinto que te conheço. Sei que não faz sentido. O que eu acabei de ler, muitos acabaram de ler. Talvez agora, em estranha sintonia. Mas eu por te ler, sinto que te conheço. Entendo todas as palavras que escreves e consigo imaginar-te a escrevê-las. Entendo a inquietação que te assombra. E sei também que apenas ela te faz escrever para que eu possa sentir. Talvez não sejas tu que eu conheço, mas a inquietação. Essa que te faz escrever. Essa que me faz escrever, às vezes. Essa que me faz sentir, sempre. Seja como for, sinto que te conheço.

domingo, 19 de agosto de 2012

Conheço-te pela capa

Passei ao teu lado, igual a todas as outras vezes. Pequei em ti, olhei, li a nota de autor na contra capa. Voltei a colocar-te no sítio. Conheço-te pela capa, já sabia o que me ias dizer, nas tuas 753 páginas.
Voltei a colocar-te no sítio.
Não acontece com frequência a surpresa de páginas ricas numa capa como a tua. Tens uma capa fantástica, letra grande, dourada em relevo. Papel macio, quase aveludado numa cor profunda que reflecte conteúdo. Mas, infelizmente para ti, conheço-te pela capa. A tua capa expõe-te como um vestido de qualidade que veste uma pessoa vazia. És uma miragem, se valesses só pela capa, serias maravilhoso, profundo, serias o motor da mudança interior, do ser melhor e para o mundo.
Ao passar a beleza estonteante da capa, vi que o papel era de qualidade, cheirava a novo e a tinta fresca. A dedicatória na primeira folha, a agradecer aos teus e aos que foram para ti, sem eles não terias conseguido escrever aquela obra, aquela capa. O texto começava com a primeira letra trabalhada, fazendo lembrar as fábulas da minha infância, aquelas que me ensinaram os lemas do dia a dia.
Custava a acreditar, eras mesmo perfeito. A tua capa, a tua dedicatória, até a letra trabalhada, foste feito para impressionar.
Depois comecei a ler.
E eras só uma história. Vazia. Não tinhas lema como as fábulas da letra trabalhada. Não tinhas a profundidade que anunciaste no relevo do título. E quando cheguei ao fim, não entendi porque agradecias na primeira página.
Eras só uma capa. Eras belo e novo e talvez até misterioso. Mas eras só uma capa.
Voltei a colocar-te no sítio. A partir de agora ia ter cuidado ao escolher.
De hoje em diante, conheço-te pela capa.

sábado, 18 de agosto de 2012

Conto

Não vou contar nada, ou talvez vá. Mas o conto a que me refiro no título é uma história. Já pensei em escrever um conto, mais vezes do que aquelas que tenho a coragem de admitir, mas depois fico a pensar que talvez fosse má ideia. Acredito que fosse possível escrever uma história, mas não sei se conseguiria escrever uma história boa.

Não sei o que usaria como inspiração. A minha história é demasiado comum para que a partilha da mesmo fosse de algum interesse. Mas já pensei em escrever acerca da história que existe na minha cabeça. É necessário arrumar todos os pensamentos meio tontos que povoam a minha mente.

Não sei como se escreve um conto.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

ao som das ondas

O sol estava forte. Encandeava. Senti a frescura da maresia e conforto ao ouvir o som das ondas. Tudo o que é desordenado encontra a paz, perto dos reinos de Neptuno. Cheguei mais perto e molhei os pés na espuma das ondas. Que bom que é estar em casa.
Quando vinha para cá tive a esperança de te encontrar. Tive a esperança que não fugisses de mim. Esqueci-me, por momentos, que sou eu a escorregadia.
Eu quero continuar este caminho, mas o sol está tão quente, tão acolhedor. Deixo-me ficar por aqui a absorver a sua luz. Lembro-me de ti, do teu riso e da maneira como passavas a mão no meu cabelo. Lembro-me de como era rir por coisas parvas e que, sem fazerem sentido, tinham todo o sentido do mundo. Lembro-me de ti. Lembro-me de nós.
É bom ter lembranças tão doces. É bom saber que não somos agora, mas fomos um dia.
Levo-te comigo e continuo o meu caminho, agora já com o sol a beijar o mar e a lua a voltar a casa.
Levo-te comigo e fico contigo, até ao próximo dia.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Quero-te comigo.

Cheguei aqui pelo meu próprio pé. Mas, quero-te comigo! Cresci com pouco dos outros e cheia de mim. Cheia de dúvidas e de certezas, de vontades e de inércia, cheia de luta e de desistência. Mas, quero-te comigo. Sou forte, independente e, tal como Atlas no início dos tempos, carrego o meu mundo sobre as minhas costas. E quero-te comigo.
Não te quero dizer como foi duro, nem te quero contar sobre as minhas lágrimas e os meus sorrisos. Não quero que vivas o que já passei para chegar aqui. 
Mas quero-te, desesperadamente, comigo.
Quero-te na minha cama, a olhar para mim enquanto escrevo estas palavras. Quero-te perdido em mim enquanto o sol me aquece a pele. Quero-te ver sorrir de volta, quero beijos pela manhã e quero amor pelo resto do dia. Quero-te comigo. Quero que ames quem eu lutei para ser, quero que ames quem eu sou, e não quero. Quero que ames a minha vontade e a minha ternura. Quero que ames o que acho insuportável, apenas para que eu possa aprender a amá-lo contigo. 
Quero-te para partilhar, para dividir, para multiplicar, para tocar, para sentir, para perder e quero-te mais do que tudo para amar.
Quero que tenhas a certeza que eu caminhei sozinha até aqui para te poder ter. Quero que construas comigo o nosso caminho, sem nada do que foi.

Quero-te comigo, nas pequenas coisas, que são todas as coisas.

Quero-te comigo.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia internacional da MULHER

A propósito da data que hoje celebramos, nós e o mundo. Não é o teu aniversário, pessoa que nasceste dia 8! Tiveste a sorte ou o azar de nascer no dia em que praticamente metade do planeta foi celebrado, não deve ser fácil...

Há com toda a certeza dezenas e talvez até centenas de lugares comuns acerca das mulheres e do seu papel vital no mundo e na sociedade. Poderia começar por ai, mas não. Vou começar por vos falar de algumas características das mulheres de conheço, a maioria delas absolutamente maravilhosas. Mas como cada gota de orvalho tem o seu próprio brilho, também elas são fantásticas cada uma à sua maneira.

Tenho mulheres na minha vida corajosas. Lançam-se ao mundo e à aventura, sem rede. Querem ser mais e lutam por isso, todos os dias. Mesmo quando a dor de estar numa luta constante as ameaça, nunca desistem!

Tenho mulheres na minha vida que amam. Amam elas próprias e amam os outros. Paixão ou amizade ou irmandade, elas amam. E demonstram esse amor às vezes da forma menos habitual. Mas como todos os amores verdadeiros, sentimos que somos amadas, mesmo quando dói. Amam quando as pessoas amadas menos merecem e menos compreendem. Amam quando o amor é merecido. Amam de volta.

Tenho mulheres na minha vida justas. Não desculpam o que não pode ser perdoado, mas entendem. Entendem a dor, a alegria, o inevitável, o correcto e o menos correcto. Entendem que no limite de tudo, somos humanos e que erramos. Entendem que não somos melhores nem piores do que ninguém, e que por isso haveremos de falhar. Aceitam isso e são justas.

Tenho mulheres na minha vida animadas, bem dispostas e divertidas!!! Sempre com um sorriso nos lábios e uma palavra amiga. Sempre com bom astral e animação. Sempre prontas para rir e para festejar! Tenho mulheres na minha vida que são um raio de sol! :)

Tenho mulheres na minha vida sensatas e que sabem ouvir. Mesmo quando não explicamos muito, mesmo sem exprimir exactamente o que queremos, elas ouvem. Entendem. E chamam-nos à razão. São empáticas e sinceras, e isso faz toda a diferença.

Tenho mulheres na minha vida.

E no fundo tenho a esperança de apreender algumas desta características que as mulheres da minha vida possuem. Tenho a vontade de aprender o que me falta, com elas. Tenho vontade de ser mais por elas. Nunca estou só, porque as carrego sempre comigo.

Não gosto muito de dias internacionais, porque considero que estes existem para nos lembrar do que nunca deveríamos esquecer. Mas sinceramente, o dia internacional da mulher é o mais justo de ser celebrado.

Feliz dia para mim e para vocês!

domingo, 4 de março de 2012

E ao ver-te chegar, sorri.

E ao ver-te chegar, sorri. Como sempre. Senti o teu abraço forte e senti-me em casa. Como sempre.
Acho que te consigo ler, mesmo quando tudo o que desejas é sentir o conforto da minha presença, sem o desconforto de eu te conhecer. E conheço. E acho que amas e odeias essa característica em mim.
Sinto-me única para ti, e sei que sou. E por isso talvez a tua dor magoa, como se fosse minha. Se fossemos românticos poderíamos teorizar acerca de como as nossas almas são irmãs e de como os nossos corações batem em sincronia. Mas não somos, pois não? Por isso eu sei que me amas porque te entendo. Acima de tudo. Entendo a tua alma acima das minhas convicções, crenças e verdades.
Nem sempre concordo contigo, mas sinto-me amada de volta quando te vejo respeitar o meu desacordo. Sinto-me amada quando sorris para mim, mesmo quando estás magoado. Sinto-me amada quando me perdoas.
E sei, que se te dissesse que a tua dor magoa como se fosse minha, tentarias faz-me acreditar que está tudo bem.
Está sempre tudo bem.
Mas não está, pois não?

Só quero que entendas que não há problema se não estiver tudo bem. Que ninguém está sempre bem. Que podes estar menos feliz, hoje. Que vou sempre estar à tua cabeceira a perguntar se está tudo bem. E, que vou sempre acreditar que está quando me sorris que sim, mas que vou fingir quando só dizes que sim. Porque amo a tua força e odeio-a, por vezes.
Os nossos silêncios são mais importantes do que qualquer conversa porque os teus olhos me dizem mais do que o maior dos teus discursos.
Não sinto necessidade de te dizer que podes confiar em mim. Sabes que podes. Não sinto necessidade de te explicar quem sou. Tu conheces-me. Mas, por vezes preciso de te mostrar quem és, para mim.

Sempre fomos amigos, mas agora somos mais amigos ainda. Partilhamos mais do que coisas e situações em comum. Vemos a vida de modo semelhante. E porque já senti tudo o que podes ser e tudo o que trazes dentro de ti, acho que mostras pouco ao mundo. És mais do que aparentas. Sei que é assim que queres ser. Sei que mostras exactamente o que pretendes. E, talvez, seja eu quem teve mais do que era suposto. Mas como a tua dor me magoa a minha também te dói, eu sei. E não foi possível evitar que te ligasses a mim. Obrigada por isso. Obrigada por me deixares conhecer-te.
Por te conhecer, entendo quem és. Mas não concordo. Acho que serias mais feliz se mostrasses mais. Se deixasses o sol entrar e reflectir tudo aquilo que eu conheço, mas que a maioria não faz ideia. Sei que é difícil. Sei que não é isso que queres. Sei que te contentas com pouco, mas também sei que no fundo, esperas sempre mais, e isso é algo que nem a ti admites, certo?

Quero que caminhemos juntos, quero que percebas que as tuas coisas não me pesam, que as carregaria com prazer, se assim tivesse que ser. Quero que entendas que o teu melhor e o teu pior, são amados por mim da mesma maneira, com a mesma força.
Porque não somos românticos, mas se fossemos as nossas almas seriam irmãs. Gémeas. Siamesas.
Quero que percebas que o meu sorriso é mesmo mais bonito quando estás por perto, porque me fazes feliz. E quero que entendas que quando estás magoado comigo preciso que me digas que estás. Preciso que te zangues comigo. Porque suportaria qualquer coisa por ti e pela nossa irmandade, mas não suportaria deixar de ser importante para ti. Não suportaria ser menos amada por ti. Não suportaria deixar de ser eu na tua vida.

No fundo, tudo o que quero dizer com todas estas palavras, espaços e pontuação, é que eu sinto sempre. Que eu não insisto porque sei que contigo insistir piora as coisas. Que não repito muitas vezes porque sei que ouves à primeira. Sei que tu sabes o que me chateia e magoa, e sei que se o fazes estás a falar comigo. Quero que saibas que também eu, ouço sempre, à primeira. Escolho ignorar, por vezes, por preocupação. Outras vezes, para não perder quem sou, aquela que insiste. Aquela que pergunta vezes sem conta. Aquela que, espero eu, dê o mais que esperas, mas que não admites.

Amo-te, sei que sabes. Sabes que o digo para ti, mas por mim.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

speaking different languages

We meet people all the time.
We meet great people all the time, sometimes we meet not so great people and sometimes even crappy people.

I had the privilege to have met some extraordinary people last year. And they are sweet and nice, just because. And they liked me and cared, just because. And they love my smile, and I love that!   

I never saw myself as a public relations kind of person, but I've always loved to know things and to meet people. And sharing those moments of joy and laughter, teaching you things about my country and learning some too! Learning about your home and wishing to see all of the amazing things you speak about, has made me a richer person. I'm better thanks to you. 

And you're mistaken if you think that we have to know someone for many years for them to be important and to matter. Sometimes all it takes is dinner, a night out and people speaking different languages.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Umas ideias a propósito do dia dos namorados!

Have you ever seen an angry sea? Revolting waves crashing mercilessly against the sand? Do you suppose that's how a heart feels when it's in love? I believe that's exactly how it feels.
Before, everything is quite. All the stones, all the plants, all the living things have their place, their order. Then a storm hits and all is changed. Nothing belongs anymore, nothing has its rightful place, nothing is. And how good it feels after a storm has hit, it's like a fresh start, a learning of news feelings and new things and new places. Bless the storms for they make the sea alive. Like love makes a heart alive, too.

À parte dos corações por todo o lado, dos peluches pirosos, frases lamechas, poemas fantásticos e músicas românticas e algumas até divertidas. Acredito que o amor deve ser celebrado. Sob todas as formas. Em todas as ocasiões. Apesar de ser apenas uma desculpa consumista, eu acho que o dia de São Valentim pode ser utilizado como um medidor de quanto amor damos ou recebemos. Se ele for de facto um dia onde as coisas são diferentes, melhores, então talvez devessemos mudar o objecto do nosso amor. Todos os dias são dias de amor, se o sentimos apenas neste dia no ano, algo se passa. Dar devia ser fácil, e é. O que acontece a quem dá é que inequivocamente vai esperar algo em troca, pois é assim a natureza das relações humanas. Deveríamos dar altruisticamente, mas a verdade é que até os nossos actos altruístas servem um propósito, o de nos sentirmos bem com nós próprios ao ajudar os outros, e por isso, no fundo, não o são. Quem recebe certamente recolhece a agradável sensação que é sermos amados/queridos por alguém. Não o sentirão de volta? Não querem que a pessoa saiba o quanto os seus gestos/palavras são importantes? Dêem de volta. Será a melhor recompensa para quem o recebe e vão ver como a sensação inicial é melhorada.
Não vivemos sozinhos no mundo, grande novidade, mas a verdade é que se estamos sós a culpa também é nossa. Não é difícil dar, nem receber. Basta colocarmo-nos no lugar do outro e pensar no que gostaríamos que fizessem por nós se estivessemos na mesma situação.
Por isso, perdoem-me se sou lamechas, perdoem-me se vos deixo pouco à vontade com algumas das coisas que digo, perdoem-se se vos abraço sem estarem à espera e por favor, não fiquem tão surpreendidos quando vos faço um elogio. Tudo o que digo, escrevo e demonstro é verdadeiro, apenas não o consigo conter. E penso, se eu soubesse que alguém pensa isto de mim, eu gostaria de ouvi-lo, e por isso falo. E se soubessem o prazer que é para mim apanhar-vos de surpresa e ver a reacção de ternura que se segue àquilo que digo, surpreendiam-se mais vezes!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O dom da palavra

Como eu gostava de saber escrever o que penso. A infinita quantidade de ideias, algumas meio tresloucadas, que me passa na cabeça deveria pertencer a algo físico, deveria ser tangível. Mas não tenho o dom da palavra. Quando leio alguns dos meus escritores preferidos e me vejo nas palavras deles, tenho uma ponta de inveja boa. Penso, como eu gostava de saber passar o que sinto para a tinta que escorre da caneta. Como eu gostava de explicar às pessoas o que me move, as coisas que me comovem, que me fazem rir, as que me fazer chorar, que são quase tantas como as anteriores e sou feliz! Gostava que o que penso tomasse forma. Gostava que o entendessem, sem que o tivesse de explicar e sem parecer meio tonta por isso. Gostava que entendessem a gargalhada que dou quando estou a ler ou a lágrima, que não escorre, por algo que me tocou o coração. Gostava que entendessem como somos cúmplices e gostava de saber se concordam comigo naquela ideia. E o que eu gostava mesmo muito era que me continuassem a amar, após esta partilha. Se eu tivesse o dom da palavra e vos dissesse tudo o que me passa pela cabeça, exactamente da maneira que sinto, amar-me-iam vocês no final? O que eu gostava mesmo de saber era, se depois de me conhecerem, continuariam à espera de ler o que penso e de ouvir o que escrevo? Mas isto seria, se eu tivesse o dom da palavra. Não o tenho.