Somos feitos de nostalgia, tradições e contradições. Amamos o nosso sol costeiro e o areal das praias onde o mar presta a sua veneração aos descendentes de Pedro e Vasco. Sem que eles se apercebam. Gostamos de bacalhau, estrangeiro, e da sardinha, bem portuguesa! Conquistámos meio mundo e partimos para máres nunca antes navegados há tantos anos atrás, e hoje, quando procuro no português esses traços de coragem e bravura não os vejo nesta escala. Vejo-os no dia à dia, nos que ficam, apesar de tudo, nos que lutam, mesmo com pouco, e nos que nunca se conformam com o actual estado das coisas. Talvez o mundo já esteja pequeno demais para Pedro e Vasco, mas nunca estará para os que nascem nesta terra no fim da Europa. Não sei se a isso se chamará orgulho ou patriotismo, mas quando me perguntam de onde sou a minha resposta é iluminada. Quando me perguntam de onde sou não me lembro dos políticos incompetentes ou dos ladrões de colarinho branco, nem tão pouco dos problemas do dia a dia. Quando me perguntam de onde sou lembro-me da terra, do sol, do mar e deste vento que tem sabor a casa. O que Afonso sonhou quando saiu debaixo das saias da mãe não é o que somos hoje com toda a certeza, mas este lugar a que chamamos casa tem um sabor especial, uma magia especial, que hoje celebramos e da qual nos orgulhamos diariamente. Sou Portuguesa, como o Pedro, o Vasco, o Luís e como o foi o primeiro Afonso. E tenho orgulho em sê-lo, e digo-o aos ventos e às marés, porque esta minha terra é metade de quem sou e levo-a comigo e celebro-a com orgulho e um sorriso.
10 de Junho. Feliz dia de Portugal!