Tento, e com afinco, ganhar alguma coisa nos jogos de sorte. Euromilhões, raspadinhas, até no placard já joguei, imagine-se! Não sei o porquê, mas a sorte ao jogo não quer nada comigo... Ou são números ao lado, ou 100€ à minha espera, só bastava ter mais um boneco igual àquele (que nunca lá está!). Mas nunca acontece... Ou melhor, ganhei 13€ certa vez no euromilhões, mas acho que foi só a sorte a armar-se em engraçada e a gozar um bocadinho...
Mas ao mesmo tempo, tenho tanta sorte...
Há uns bons tempos que não andava por aqui. Nem vos sei dizer as vezes que abri o blogger, escrevi, até coloquei o título (começo sempre pelo início nestas coisas da escrita), mas não publiquei. Havia cá dentro coisas para escrever, para partilhar, mas não dava para chegar a esse lado. E neste amor, como em todos os outros, tem que haver vontade, ou são só momentos vazios.
Hoje, quando o B. partilhou coisas antigas deste sítio, fiquei mesmo com vontade de cá voltar. De bater as teclas, de forma fluída, e dizer-vos olá novamente. Olá!
Senti vontade de dizer-vos que também tive saudades! Também gosto deste sítio, de estar aqui. Não vou perder tempo a tentar entender ou explicar porque não vinha cá há tanto tempo. A resposta, por mais que procure, é simples: é a vida. E é mesmo, a vida. As coisas mudam, ou ficam iguais, mas a vida segue sempre. E seguiu. E hoje voltei cá. Pode ser que volte com mais brevidade na próxima. As saudades de escrever acabam por ser aquelas saudades de algo familiar que só nos apercebemos que sentimos mesmo falta quando voltamos a revê-las. E tenho sorte, por ter amigos que não se esquecem deste meu amor pela escrita. Amigos que gostam deste sítio, como eu. E tenho sorte, porque apesar de não ganhar nada nas raspadinhas, tenho tantas pessoas e tanto amor na minha vida que não preciso de mais sorte nenhuma. Acreditem, a maior sorte é mesmo essa. Cliché, básica, nunca banal, a maior sorte é ter alguém que se ama, ter amigos que não esquecem, almas que se conhecem e um sorriso no final de todos os dias porque tenho muito mais do que poderia imaginar um dia. Por isso, apesar de jamais poder ganhar o euromilhões, sou uma sortuda e tenho uma fortuna, um coração cheio e sempre com espaço para mais.
Tenho sorte, tenho-vos a vocês e, por isso, tenho sorte.
sábado, 5 de novembro de 2016
quarta-feira, 10 de junho de 2015
Dia de Portugal
Somos feitos de nostalgia, tradições e contradições. Amamos o nosso sol costeiro e o areal das praias onde o mar presta a sua veneração aos descendentes de Pedro e Vasco. Sem que eles se apercebam. Gostamos de bacalhau, estrangeiro, e da sardinha, bem portuguesa! Conquistámos meio mundo e partimos para máres nunca antes navegados há tantos anos atrás, e hoje, quando procuro no português esses traços de coragem e bravura não os vejo nesta escala. Vejo-os no dia à dia, nos que ficam, apesar de tudo, nos que lutam, mesmo com pouco, e nos que nunca se conformam com o actual estado das coisas. Talvez o mundo já esteja pequeno demais para Pedro e Vasco, mas nunca estará para os que nascem nesta terra no fim da Europa. Não sei se a isso se chamará orgulho ou patriotismo, mas quando me perguntam de onde sou a minha resposta é iluminada. Quando me perguntam de onde sou não me lembro dos políticos incompetentes ou dos ladrões de colarinho branco, nem tão pouco dos problemas do dia a dia. Quando me perguntam de onde sou lembro-me da terra, do sol, do mar e deste vento que tem sabor a casa. O que Afonso sonhou quando saiu debaixo das saias da mãe não é o que somos hoje com toda a certeza, mas este lugar a que chamamos casa tem um sabor especial, uma magia especial, que hoje celebramos e da qual nos orgulhamos diariamente. Sou Portuguesa, como o Pedro, o Vasco, o Luís e como o foi o primeiro Afonso. E tenho orgulho em sê-lo, e digo-o aos ventos e às marés, porque esta minha terra é metade de quem sou e levo-a comigo e celebro-a com orgulho e um sorriso.
10 de Junho. Feliz dia de Portugal!
sábado, 6 de junho de 2015
A casa que sou
Mostrar-te-ei todos os cantos de mim. Dos cantos escuros às varandas iluminadas pelo sol. Ficarás com medo no final, sei-o porque te sei. Não tenhas medo. Os cantos da casa que sou e que te mostro, irás amá-los e conhecê-los e senti-los, mesmo que estejas longe. Porque a casa que sou é o tecto onde te abrigas quando o mundo não é o que planeaste. A casa que sou tem todas as cores que me compõe e que te preenchem. A casa que sou é onde moras. É onde viverás, sempre.
segunda-feira, 20 de abril de 2015
Dia-a-dia
Dias longos, muitas horas de trabalho. Chegar a casa, deixar as roupas do dia e as situações do dia e as preocupações do dia. Beijinhos e amor à Amora. Que espera pacientemente todo o dia pelo amor, carinho, loucura e comida que trago comigo. Beijinhos à Amora, que dá muito mais do que exige de volta. Que preenche quando tudo parece estar ocupado e ter um lugar.
Comer. Não te esqueças de comer. Tanta preguiça. Tanta fome.
E o trabalho a fazer em casa. E a casa para aproveitar. E as luzes da cidade na janela.
As horas passam. Assim como a exaustão.
Nos dias da rua, a corrida gasta o que resta de energia do dia a dia. Os pés no asfalto, a respiração acelerada, o coração a bater mais depressa para colmatar o esforço das pernas e dos pés. Por vezes o cansaço compensa as repetições do quotidiano. A superação de algo pessoal, e tão banal para outros, mas que é uma vitória suada para quem começa agora.
Os sorrisos, as amizades e as alegrias partilhadas por aqueles que dividem um amor difícil de explicar. A cumplicidade entre aqueles que se estão a conhecer. O aspirar ao futuro e o tentar mais e melhor sempre a acreditar que caminhamos para a frente e para uma vida melhor. Para sermos mais e melhor. Sempre.
Comer. Não te esqueças de comer. Tanta preguiça. Tanta fome.
E o trabalho a fazer em casa. E a casa para aproveitar. E as luzes da cidade na janela.
As horas passam. Assim como a exaustão.
Nos dias da rua, a corrida gasta o que resta de energia do dia a dia. Os pés no asfalto, a respiração acelerada, o coração a bater mais depressa para colmatar o esforço das pernas e dos pés. Por vezes o cansaço compensa as repetições do quotidiano. A superação de algo pessoal, e tão banal para outros, mas que é uma vitória suada para quem começa agora.
Os sorrisos, as amizades e as alegrias partilhadas por aqueles que dividem um amor difícil de explicar. A cumplicidade entre aqueles que se estão a conhecer. O aspirar ao futuro e o tentar mais e melhor sempre a acreditar que caminhamos para a frente e para uma vida melhor. Para sermos mais e melhor. Sempre.
Etiquetas:
amigos,
connection,
coragem,
dreamscometrue,
feelings,
feliz,
growing up,
happy,
paixão,
random thoughts,
running,
sorrisos thoughts dia-a-dia Word strangers
quinta-feira, 16 de abril de 2015
#runner
Foram 7 kg em 4 meses. Foram mais de 130 kms corridos desde Janeiro. Não parece muito, na verdade, não é muito. Mas nota-se bem a diferença! Foi lento, como deve ser, com a ajuda dos sopros de todos os dias. A roupa fica larga e alguma deixa de ser usada. As pernas estão mais fortes e os 5 kms 2 a 3 vezes por semana começam a saber a pouco. A ideia inicial era perder peso, mas era também mais do que isso. A ideia inicial era ser melhor, mais forte e usar a corrida como o meu tempo pessoal, a minha meditação e inspiração.
Não acredito em muitas coisas além do mundo dos sentidos, não é falta de fé, longe disso, é fé noutras coisas. Fé nas coisas tangíveis, alcançáveis e, principalmente, fé nas coisas modificáveis. Mesmo que eu quisesse muito acreditar em deuses, luzes e outros que tais, não consigo. É mais forte do que eu, não tenho fé naquilo que tira das minhas mãos as minhas decisões. Assim, ser melhor e mais forte não dependia de acreditar em nada além de mim. Acreditar que a leveza e a liberdade que sinto enquanto corro é real e capaz de mudar o meu mundo. Acreditar que o impacto na minha perna, por vezes pouco confortável, está a moldá-la, a fortalecê-la e a redefini-la numa melhor versão dela própria. Parece tolo dito assim, mas o treino do corpo e o treino da mente são, em muitas vertentes, iguais. Requerem perseverança, insistência e, para serem mantidos, requerem frequência. Correr é mais do que perder peso ou ficar com as pernas mais fortes e rápidas. Correr é um exercício da mente, do controlo da mente sobre o corpo e, principalmente, do controlo da mente sobre a vida. Quando corro tudo faz mais sentido, tudo é mais fácil, mais real, mais tangível. E é aí que reside a minha fé.
Não acredito em muitas coisas além do mundo dos sentidos, não é falta de fé, longe disso, é fé noutras coisas. Fé nas coisas tangíveis, alcançáveis e, principalmente, fé nas coisas modificáveis. Mesmo que eu quisesse muito acreditar em deuses, luzes e outros que tais, não consigo. É mais forte do que eu, não tenho fé naquilo que tira das minhas mãos as minhas decisões. Assim, ser melhor e mais forte não dependia de acreditar em nada além de mim. Acreditar que a leveza e a liberdade que sinto enquanto corro é real e capaz de mudar o meu mundo. Acreditar que o impacto na minha perna, por vezes pouco confortável, está a moldá-la, a fortalecê-la e a redefini-la numa melhor versão dela própria. Parece tolo dito assim, mas o treino do corpo e o treino da mente são, em muitas vertentes, iguais. Requerem perseverança, insistência e, para serem mantidos, requerem frequência. Correr é mais do que perder peso ou ficar com as pernas mais fortes e rápidas. Correr é um exercício da mente, do controlo da mente sobre o corpo e, principalmente, do controlo da mente sobre a vida. Quando corro tudo faz mais sentido, tudo é mais fácil, mais real, mais tangível. E é aí que reside a minha fé.
Etiquetas:
connection,
correr,
life,
random thoughts,
running
Subscrever:
Mensagens (Atom)