quarta-feira, 30 de março de 2011

shades of grey

Projectos a sair da cartola, coisas novas a começar :)

Today, the day is not so grey after all...

E hoje aconteceu-me uma coisa que já não me acontecia há uns tempos. Ia a caminhar na rua, a passar a estrada, quando reparei  em dois homens a fazer jogging, um rapaz a mexer os lábios, cantarolando mentalmente, duas raparigas a sair do metro e a conversar. Aquela sensação que o mundo passa na mesma e que eu sou uma mera espectadora, aquela sensação que a soma é maior do que as partes, por mais importantes que as partes se considerem, que existe um mundo que não é exactamente o meu mundo. Um mundo que também é dos outros, que também existe para os outros, e que eu, tal como eles sou uma parte muito pequenina.

Por isso, hoje, foi aquele dia em que ao ver os dois homens a fazer jogging, sorri. Pensei que chegariam a casa cansados e suados, mas com uma sensação agradável de adrenalina. Que iriam tomar um banho e que teriam alguém a sorrir, à espera para deles jantar. Pensei no rapaz a cantarolar mentalmente e a mexer os lábios, e imaginei em quem ele estaria a pensar, quem lhe faria lembrar aquela música, que conforto encontraria ele na letra e na melodia. Pensei no sorriso que ele esboçava ao mexer os lábios ao ritmo de uma música que ninguém, sem ser ele, estava a ouvir. Pensei na cumplicidade das duas amigas, ou na ausência dela, caso sejam apenas conhecidas. Pensei na possibilidade de ser uma amizade consolidada ou uma descoberta. Pensei em gargalhadas, em amizade, em amor, em comunhão.

Today, the world was not black and white, but a nice shade of grey.

4 comentários:

  1. Hoje. Hoje tive um dia longo. Fiz praticamente directa para fazer uma frequência de manhã que me correu, digamos da forma mais simples, mal. Depois, em vez da sesta habitual em dias pós-directa, não parei quieto. E foram aulas até às 20h. Até que cheguei a casa e decidi levar-me ao extremo. Fui correr.

    Fui correr com um amigo. Fui correr com uma música na cabeça, que não partilhei com nínguem, e com uma letra que apenas era audível por mim. Como se não bastasse acábamos a nossa volta e decidi fazer tudo de novo. Arranquei com uma velocidade superior àquela que tinha trazido até àquele momento. Cheguei a casa a pingar, directo ao duche. Senti o meu corpo completamente esgotado. Soube-me "espectacularmente bem".

    À minha espera para jantar tinha a companhia de sempre, a Catarina.

    Acho que me identifico com uma dessas personagens, dessas pequenas que partilha este mundo.

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  2. É importante para mim encontrares conforto e cumplicidade com as coisas que escrevo e em última instância, com aquilo que sinto.

    A sensação de esgotação física, de alguma maneira, é um conforto mental, eu pelo menos penso isso.

    E é claro que te identificas, fazes parte desse mundo. Não só do meu, como do outro mundo que partilhamos com todas as outras pessoas.

    ;)

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  3. Cris, estou como tu, preciso de fazer planos constantemente para manter a minha mente ocupada e nao me lembrar de que estou sozinha neste fim de mundo. Eu entendo que planeares uma vinda a Asia nao seja facil, entao que tal planeares um ida a Amsterdao? Queria fazer escala la durante 2 ou 3 dias, a caminho de Lisboa, no Verao. Are you in? ;)

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  4. Humm, muito bem pensado Sue! Falamos por mail, ok?

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