segunda-feira, 22 de julho de 2013

pequenas coisas e coisas pequenas

A inspiração vem dos sítios mais estranhos. Um pássaro a voar, uma borboleta que poisa na tua mão e à qual sopras para que continue a sua viagem, um sorriso sincero e um olhar sedutor. Às vezes, lemos um texto, dum autor qualquer, e que espelha na perfeição a nossa história. É a simetria do que sentimos, ou desejamos sentir.
Um texto fez-me lembrar como a felicidade é o caminho e não o destino. O calor do sol sob os olhos fechados e o cheiro a mar. A companhia silenciosa e os sorrisos disfarçados, mas que vemos bem e sentimos ainda melhor. O carinho de um amigo, o abraço de um irmão. Os teus dedos no meu cabelo e o teu cheiro envolvente.
Uma gargalhada. Haverá maior felicidade que uma gargalhada pela razão mais tola? Haverá maior cumplicidade do que dividir um sorriso?
Por isso mesmo, a felicidade é o caminho. É a soma de todas as pequenas coisas que fazem sentido, e de algumas coisas pequenas sem sentido algum. A felicidade são os pedacinhos, as metades, os restos até, dessas coisas indescritíveis das quais é difícil falar. A felicidade não se explica, sente-se. E na maioria das vezes, só temos a percepção de sermos felizes uns tempos depois. A perspectiva de um sentir passado, em que na altura estávamos demasiado envolvidos para perceber. Desconfiamos, porque a paz que sentimos é reconfortante e turbulenta, é lago quieto e mar revolto.
As pequenas coisas fazem a diferença e as coisas pequenas, toda juntas e amealhadas fazem coisas enormes. A felicidade comporta-se assim, ninguém é feliz, e somos todos felizes. Porque não se pode ser um acontecimento nem um caminho sempre, vivemos acontecimentos e fazemos caminhos, e é essa aventura que nos torna felizes. Aquele momento e todos os outros em que recordamos os nossos pedacinhos passados. Assusta, mas todas as coisas verdadeiramente boas metem medo. Ultrapassá-lo é também um caminho para ser feliz!

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