Pertencemos ao lugar onde nascemos. Muitas vezes é nossa convicção que é o lugar que nos pertence a nós. Não sei explicar se são as pedras da calçada, ou as janelas das casas velhas, nem vos sei dizer se é o ar que é mais doce, mas tudo na minha terra grita"eu".
Os tumultos duma vida ocupada passada noutro lugar desvanecem quando vejo a placa com o teu nome, porque logo imagino o Sado que amas. É como se viver fosse mais fácil quando olho o sol a pôr-se nas águas rápidas do rio que atravessa as pontes. É como se o sorriso dos que já eram velhos quando nasci, me trouxesse paz, compreensão, uma pertença que não consigo explicar mas que me deleito em sentir.
A minha terra. Dizê-lo é banal e simples, mas é derradeiramente complexo o que isso significa. Ter onde voltar, ter um lugar ao qual chamar de casa, saber que venho daquela rua que faz esquina com o castelo onde o sol se deita ao final da tarde, faz de mim quem sou e pertence-me tanto quanto os caracóis e os olhos grandes.
A minha terra.
Onde nasci,
onde cresci,
as pedras onde esfolei os joelhos,
os becos onde dei os primeiros beijos,
onde amei e desamei,
onde cresci,
onde vivi diariamente,
onde vivo no meu coração.
Alcácer
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