«Não é fácil ter uma vida feliz», diz Tal Ben-Shahar, (...) «É fácil de compreender o que é preciso fazer para ter uma vida mais feliz, mas é difícil de aplicar de forma consistente e duradoura na vida pessoal e profissional. E depois há a questão das expetativas: aquilo que é entendido como felicidade. O sofrimento, a tristeza ou a dor também fazem parte da vida. Há apenas dois tipos de pessoas que não os sentem. Os psicopatas e os mortos. Ter uma vida feliz não significa ter uma vida sem dificuldades ou sofrimentos.»
E é com esta frase, que resume basicamente tudo, que me fico. Gosto especialmente quando ele diz que não é fã de livros de auto-ajuda. Também não sou. Nem gosto ou entendo a filosofia do não esperar nada e aceitar tudo. Não é assim que funciona, a meu ver, a felicidade. Temos que esperar algo, a que aspiraríamos se assim não fosse. Não temos que aceitar tudo, podemos lutar contra algumas coisas, ou simplesmente eliminá-las da nossa vida. Podemos escolher ser uma pessoa melhor. Todos os dias.
Não critico quem encontra nesses livros alento ou até a solução. Apenas acho que um clássico dá tantas respostas e menos mimimimi. A diferença é, que ao invés de encontrarmos as respostas para as nossas lutas e problemas ou situações, encontramos ferramentas (várias perceba-se) para conseguirmos superar os objectivos. Sei que muitos de vós irão dizer, há mas isso também está lá escrito! Não sei se está. Não vou ler nenhum livro de auto-ajuda. Recuso-me. Se é tacanho da minha parte, talvez, se é preconceito, é-o com toda a certeza. E não o lerei pela mesma razão que jamais lerei Margarida Rebelo Pinto ou Pedro Chagas Freitas. Passo a explicar. Nada tenho, pessoalmente, contra tais autores ou formas de literatura (excepto talvez contra a Margarida, a criatura enerva-me um bocado...). O que acontece é que não gosto de floreados para dizer coisa nenhuma. Não gosto de figuras de estilo ou presunções a profundidade quando esta não está presente. Não me interpretem mal, eu gosto de complexidade e de profundidade e até da simplicidade honesta. Tenho nisso os exemplos do "Nenhum Olhar", do Zé Luis, o "Kafka à beira mar" do Murakami e "O rapaz do pijama às riscas" do John Boyne. E é por isso que jamais os lerei. Não gosto do que anuncia e não cumpre, não gosto de farsas, não gosto do que parece mas não é.
Perdoem-me se gostam de algum livro ou autor que mencionei acima de forma negativa. É deles que não gosto e não do facto de vocês gostarem deles. Mas somos pedacinhos do que lemos e levamos tanto disso na nossa alma que quero mais, não me quero contentar. Pode ser preconceito, assumo. Mas é assim que sou.
Sem comentários:
Enviar um comentário