Amanhã vamos caminhar juntos. Encontra-mo-nos na hora marcada, mas naturalmente esperamos alguns atrasos. Há quem venha de longe. Existem também outros que se vão aglomerar noutros locais.
Chegou a hora em que todos se unem. A hora em que todos esquecem aquilo que os separa e se lembram da causa comum. O desrespeito pelo trabalho, pela pessoa, pela sociedade e pelo país.
Ao contrário do que o ego edemaciado de alguns governantes os leva a crer, esta terra lusa é nossa e não deles. As montanhas do centro e as planícies do sul, são nossas. As videiras das encostas do douro e as praias do litoral, são nossas, nada lhes pertence. Foi-lhes concedida a honra de assumir a vontade do povo através da liderança do país, e o que fazem eles? Destroem. Corrompem. Alteram. Violam. Distorcem.
Quem são vocês para alienar a vontade dos descendentes de Afonso? Dos lutadores, que sem espadas pesadas como homens, têm a sua força no amor ao próximo e à terra. Dos que cavam com enxadas e que escrevem sem parar, dos que conduzem e dos que esfregam o chão, dos que pensam e dos que fazem, dos que salvam e dos que fazem o que podem.
Quem sóis vós, pergunta a criança que não entende porque o prato da mãe não tem comida.
O que fazem, pergunta o reformado a sofrer por não poder pagar a medicação.
Para onde nos levam, pergunta o ajudante de supermercado com a matrícula da faculdade congelada.
São estas as perguntas que fazemos. São estas as respostas que exigimos. É isto que pretendemos saber.
Honrem o vosso compromisso. Se não o fizerem, caiem, como os que vos precederam. Porque governos há muitos meus senhores, e interesses também, mas os descendentes de Afonso irão para sempre povoar esta terra. Ao contrário do que pensam, ela é nossa e por ela lutaremos até os nossos ossos virarem pó.
Amanhã desceremos a avenida como um só. Um povo, uma nação!
Sem comentários:
Enviar um comentário