Quando penso na felicidade vem-me sempre à cabeça aqueles filmes antigos onde aparecia um letreiro bem pomposo a dizer "E viveram felizes para sempre". O que quer que isso pudesse significar... Não acredito no felizes para sempre, acredito no felizes hoje e aqui e agora. Acredito no felizes depois de contarmos uma piada ou sorrirmos a um estranho simpático. Acredito no felizes quando ouço me dizerem, "muito obrigada por ser tão simpática", principalmente quando essa mesma pessoa nasceu no mesmo dia que eu mas 56 anos antes. Acredito na felicidade em desabafar com um amigo ou com um irmão, aquele desconforto que nos pesa, a nós apenas, por ser tão desadequado à nossa visão e sentir do mundo. Acredito na felicidade quando sorrimos no meio de um beijo num fim de tarde. Acredito na felicidade apenas pelo sentir do calor doce do sol ao início da manhã.
Acredito, principalmente, que a felicidade vem aos bocadinhos, às peças. Pequenas como aquelas de puzzle com 5000. Por isso não posso deixar de acreditar que a felicidade para ser vivida plenamente tem que fazê-lo em comunhão com a infelicidade. Porque somos todos metades, e não é possível ser sem a outra. Há que aprender a ver, a reconhecer, a distinguir, essa mesma felicidade. Temos que reconhecer as nossas peças para no final montarmos o nosso puzzle. Por muitas vezes o que acontece é que apenas temos felicidade às peças e se não as soubermos reconhecer, caímos no erro que pensar de não somos felizes. Tolice, pois claro. Existem vezes em que só temos mesmo as peças e construir esse puzzle de felicidade em especial, é difícil. Mas temos as peças, não se esqueçam. Se temos as peças, somos felizes.
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