Passamos por muitas vidas, propositadamente ou sem intenção. Mudamos e somos mudados por cada respiração, vontade e acção das pessoas que permitimos nas nossas vidas. Mas deveremos nós aceitar, sem reserva, aquilo que nos chega? Sem questionar e ambicionar mais? Devem o amor e a liberdade ser um contentamento, porque poderia ser pior? Poderias estar presa, ou só? Não acredito que o que há seja o melhor que se arranja. Não acredito que não pode ser mais do que isto. Desculpem, mas não acredito. Como passar toda a vida acompanhada por contentamento, sem paixão, sem frio na barriga, sem borboletas? Antes presa, longe do mundo, mas pertinho de mim e das minhas convicções e vontades.
Não existe maior prisão do que aquela que criamos para nós mesmos. Aquela que nos prende em liberdade. Aquela à qual nos restringimos com medo do que pode ser, de que não consigamos mais, de que não sejamos suficientes. Recuso-me a ser acorrentada por mim própria, a ser algemada pelos meus medos e pelas minhas inseguranças, recuso-me!
Se tenho medo? Todos os dias, a toda a hora.
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