Foi só quando te vi que entendi a verdadeira extensão da tua falta. Tinha tantas saudades tuas! E o melhor da nossa amizade, é que cada vez que te vejo, mesmo que seja só duas vezes por ano, é como se nunca tivesses ido.
É como se estivesses sempre aqui.
A nossa amizade continua tão completa como no dia que nos conhecemos na fila para a secretaria.
Empatia imediata.
E ao ver-te, lembrei-me do sonho. Falamos do sonho. Ainda fervilha cá dentro.
Não o quero perder, mas existem tantas coisas agora. Tantas coisas que são empecilhos no caminho. Pedras no sapato. Mas o que são pedras mais do que conformismos e desculpas. Serão as pedras objecções criadas por nós? Será mesmo assim? Será que não são verdadeiras? Será que os sonhos estão acima das responsabilidades e do cumprimento das promessas, mesmo daquelas que não prometemos e que nos vemos a cumprir?
Os nossos sonhos não devem destruir a realidade dos outros. Mas o que são sonhos, se não destruidores de realidade, e na mesma teoria cataclísmica, os criadores de novas realidades. Os sonhos de hoje serão a realidade de amanhã?
Eu acredito nas pedras e nos sonhos. Não vou desistir do sonho. Vou carregar as minhas pedras, com doçura, guardando sempre a lembrança que elas um dia foram um sonho, fofo como algodão doce. E não me vou permitir esquecer que a realidade torna o algodão doce pesado e áspero, como as pedras nas encostas de um riacho.
Farei como o poeta, guardarei as pedras, todas. No fim, erguerei o meu castelo de sonhos.
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