sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

o café

Entrei e fui directo à minha mesa de sempre, que espera por mim. Ao contrário de todas as outras vezes, não houve repetição. A mesa já não era minha. Estava ocupada.
A minha disposição mudou logo, aquela é a minha mesa, este é o meu café. Quem pensa que é aquele estranho de olhos cor do mar e cabelos cor de terra. Sentei-me perto da janela, contrariada. Daqui vejo a rua e o balcão, vejo toda a sala. É uma mesa bem melhor, falando em verdade. Mas que importa isso? Quero a minha mesa, para beber o meu café.

O meu café chegou, coloquei meio pacote de açucar, como sempre, na minha mesa de nunca. Mexi, soprei e olhando o infinito levei a chávena à boca. Ao sentir o líquido quente nos lábios, percebi que o infinito para onde olhava tinha cor. Azul. E olhava-me de volta.

Sobressaltada, baixei a chávena, e os olhos, em resposta ao sorriso aberto que esboçaste na minha direção.

Borboletas.

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