quinta-feira, 31 de maio de 2018

Sinto que te conheço

Uma memória de 2014 ao acabar de ler um livro do José Luís Peixoto. O sentimento continua igual:
"E quando termino a página, sinto que te conheço. Sei que não faz sentido. O que eu acabei de ler, muitos acabaram de ler. Talvez agora, em estranha sintonia. Mas eu por te ler, sinto que te conheço. Entendo todas as palavras que escreves e consigo imaginar-te a escrevê-las. Entendo a inquietação que te assombra. E sei também que apenas ela te faz escrever para que eu possa sentir. Talvez não sejas tu que eu conheço, mas a inquietação. Essa que te faz escrever. Essa que me faz escrever, às vezes. Essa que me faz sentir, sempre. Seja como for, sinto que te conheço"

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

2017

Anos velhos, e duros, que vão embora. Anos novos, e temos esperança que melhores, estão a chegar.
Não sei porque certos anos a passar custam tanto. E ao mesmo tempo, passam num ápice sem darmos por isso. Este ano que passou até foi um dos melhores que tive, por tantas coisas novas que passaram. Mas ao mesmo tempo foi duro, muitas mudanças e adaptações, que por serem boas, não deixam de ser duras e mais ou menos difíceis.

Foi um ano...estranho. Muito bebés. Vi tanta criança nascer este ano que até fiquei zonza... A mais especial foi a nossa Feijoca boa! Como é possível que alguém tão pequenino e há tão pouco tempo no mundo possa ser tão importante e despertar tanto amor? Mas é a verdade! Dos sorrisos e simpatia à bochecha rechonchuda, a nossa menina é um doce! Tias babadas...  Também a Sofia restaurou e fortaleceu um laço de amizades, que apesar de vivo estava a precisar desta força. Pode ser só a minha interpretação, mas acho que a feijoca nos uniu ainda mais amigas do meu coração.

As mudanças devem servir para nos moldar, nos espicaçar e para ultrapassarmos os obstáculos que se impõem no nosso caminho. Este ano que passou a corrida deixou de ser tão presente. As razões são várias, e podem até ser consideradas desculpas, mas é o que é e o que foi já passou. Mas quero voltar. Quero voltar a sentir o cansaço a desaparecer em cada passada que bate no alcatrão. Quero libertar o stress de todos os dias, que tenho sentido com mais peso ultimamente, em cada toque do sapato no chão. Quero cortar metas, que existem mais dentro da minha cabeça do que propriamente em 5, 10 ou 42 kms. Quero fazer uso da inscrição do ginásio e voltar ao peso dum ano atrás. Quero e vou conseguir!

Também quero mais tempo de amigos e família! E ao mesmo tempo quero mais tempo para mim.

E quero para vocês. Quero que tenham força para escrever o vosso caminho, que nem sempre está alinhavado, ou com sinais luminosos. Quero que tenham força e saúde para poder definir as vossas metas e alcançá-las. Quero que tenham a força para dizer não e para dizer sim, qualquer que seja a vossa vontade. Desejo-vos coragem, para definir fins e declarar recomeços. Quero que tenham força para concertar em vez de jogar fora e para jogar fora de vez, quando já não serve. Desejo-vos a perseverança, tolerância e coragem que é necessária para ser feliz! Amor não vos desejo, amor eu dou-vos, o meu para vocês. Todos os dias.

sábado, 5 de novembro de 2016

Sorte

Tento, e com afinco, ganhar alguma coisa nos jogos de sorte. Euromilhões, raspadinhas, até no placard já joguei, imagine-se! Não sei o porquê, mas a sorte ao jogo não quer nada comigo... Ou são números ao lado, ou 100€ à minha espera, só bastava ter mais um boneco igual àquele (que nunca lá está!). Mas nunca acontece... Ou melhor, ganhei 13€ certa vez no euromilhões, mas acho que foi só a sorte a armar-se em engraçada e a gozar um bocadinho...
Mas ao mesmo tempo, tenho tanta sorte...
Há uns bons tempos que não andava por aqui. Nem vos sei dizer as vezes que abri o blogger, escrevi, até coloquei o título (começo sempre pelo início nestas coisas da escrita), mas não publiquei. Havia cá dentro coisas para escrever, para partilhar, mas não dava para chegar a esse lado. E neste amor, como em todos os outros, tem que haver vontade, ou são só momentos vazios.
Hoje, quando o B. partilhou coisas antigas deste sítio, fiquei mesmo com vontade de cá voltar. De bater as teclas, de forma fluída, e dizer-vos olá novamente. Olá!
Senti vontade de dizer-vos que também tive saudades! Também gosto deste sítio, de estar aqui. Não vou perder tempo a tentar entender ou explicar porque não vinha cá há tanto tempo. A resposta, por mais que procure, é simples: é a vida. E é mesmo, a vida. As coisas mudam, ou ficam iguais, mas a vida segue sempre. E seguiu. E hoje voltei cá. Pode ser que volte com mais brevidade na próxima. As saudades de escrever acabam por ser aquelas saudades de algo familiar que só nos apercebemos que sentimos mesmo falta quando voltamos a revê-las. E tenho sorte, por ter amigos que não se esquecem deste meu amor pela escrita. Amigos que gostam deste sítio, como eu. E tenho sorte, porque apesar de não ganhar nada nas raspadinhas, tenho tantas pessoas e tanto amor na minha vida que não preciso de mais sorte nenhuma. Acreditem, a maior sorte é mesmo essa. Cliché, básica, nunca banal, a maior sorte é ter alguém que se ama, ter amigos que não esquecem, almas que se conhecem e um sorriso no final de todos os dias porque tenho muito mais do que poderia imaginar um dia. Por isso, apesar de jamais poder ganhar o euromilhões, sou uma sortuda e tenho uma fortuna, um coração cheio e sempre com espaço para mais.
Tenho sorte, tenho-vos a vocês e, por isso, tenho sorte.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Dia de Portugal

Somos feitos de nostalgia, tradições e contradições. Amamos o nosso sol costeiro e o areal das praias onde o mar presta a sua veneração aos descendentes de Pedro e Vasco. Sem que eles se apercebam. Gostamos de bacalhau, estrangeiro, e da sardinha, bem portuguesa! Conquistámos meio mundo e partimos para máres nunca antes navegados há tantos anos atrás, e hoje, quando procuro no português esses traços de coragem e bravura não os vejo nesta escala. Vejo-os no dia à dia, nos que ficam, apesar de tudo, nos que lutam, mesmo com pouco, e nos que nunca se conformam com o actual estado das coisas. Talvez o mundo já esteja pequeno demais para Pedro e Vasco, mas nunca estará para os que nascem nesta terra no fim da Europa. Não sei se a isso se chamará orgulho ou patriotismo, mas quando me perguntam de onde sou a minha resposta é iluminada. Quando me perguntam de onde sou não me lembro dos políticos incompetentes ou dos ladrões de colarinho branco, nem tão pouco dos problemas do dia a dia. Quando me perguntam de onde sou lembro-me da terra, do sol, do mar e deste vento que tem sabor a casa. O que Afonso sonhou quando saiu debaixo das saias da mãe não é o que somos hoje com toda a certeza, mas este lugar a que chamamos casa tem um sabor especial, uma magia especial, que hoje celebramos e da qual nos orgulhamos diariamente. Sou Portuguesa, como o Pedro, o Vasco, o Luís e como o foi o primeiro Afonso. E tenho orgulho em sê-lo, e digo-o aos ventos e às marés, porque esta minha terra é metade de quem sou e levo-a comigo e celebro-a com orgulho e um sorriso.
10 de Junho. Feliz dia de Portugal!

sábado, 6 de junho de 2015

A casa que sou

Mostrar-te-ei todos os cantos de mim. Dos cantos escuros às varandas iluminadas pelo sol. Ficarás com medo no final, sei-o porque te sei. Não tenhas medo. Os cantos da casa que sou e que te mostro, irás amá-los e conhecê-los e senti-los, mesmo que estejas longe. Porque a casa que sou é o tecto onde te abrigas quando o mundo não é o que planeaste. A casa que sou tem todas as cores que me compõe e que te preenchem. A casa que sou é onde moras. É onde viverás, sempre.