Foi só quando te vi que entendi a verdadeira extensão da tua falta. Tinha tantas saudades tuas! E o melhor da nossa amizade, é que cada vez que te vejo, mesmo que seja só duas vezes por ano, é como se nunca tivesses ido.
É como se estivesses sempre aqui.
A nossa amizade continua tão completa como no dia que nos conhecemos na fila para a secretaria.
Empatia imediata.
E ao ver-te, lembrei-me do sonho. Falamos do sonho. Ainda fervilha cá dentro.
Não o quero perder, mas existem tantas coisas agora. Tantas coisas que são empecilhos no caminho. Pedras no sapato. Mas o que são pedras mais do que conformismos e desculpas. Serão as pedras objecções criadas por nós? Será mesmo assim? Será que não são verdadeiras? Será que os sonhos estão acima das responsabilidades e do cumprimento das promessas, mesmo daquelas que não prometemos e que nos vemos a cumprir?
Os nossos sonhos não devem destruir a realidade dos outros. Mas o que são sonhos, se não destruidores de realidade, e na mesma teoria cataclísmica, os criadores de novas realidades. Os sonhos de hoje serão a realidade de amanhã?
Eu acredito nas pedras e nos sonhos. Não vou desistir do sonho. Vou carregar as minhas pedras, com doçura, guardando sempre a lembrança que elas um dia foram um sonho, fofo como algodão doce. E não me vou permitir esquecer que a realidade torna o algodão doce pesado e áspero, como as pedras nas encostas de um riacho.
Farei como o poeta, guardarei as pedras, todas. No fim, erguerei o meu castelo de sonhos.
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Madness
Quando me falaram do que eras, pensei que era exagero. Disseram que eras absoluto como o sol, e igualmente quente. Falaram como tudo adquiria um brilho e uma jovialidade, desconhecidas, até chegares. Eras uma invasão, um déspota que iria governar com mão de ferro tudo o que era meu, tudo o que era eu. Eu ia deixar de existir.
Só tu serias real e só para ti tudo iria ser.
E eu seria uma escrava livre e presa por sua própria vontade.
E, jamais poderia conceber a minha vida desenlaçada da tua.
Chamaram-te amor.
Estive muito tempo sem te conhecer.
Só tu serias real e só para ti tudo iria ser.
E eu seria uma escrava livre e presa por sua própria vontade.
E, jamais poderia conceber a minha vida desenlaçada da tua.
Chamaram-te amor.
Estive muito tempo sem te conhecer.
ao ler-te
E quando termino a página, sinto que te conheço. Sei que não faz sentido. O que eu acabei de ler, muitos acabaram de ler. Talvez agora, em estranha sintonia. Mas eu por te ler, sinto que te conheço. Entendo todas as palavras que escreves e consigo imaginar-te a escrevê-las. Entendo a inquietação que te assombra. E sei também que apenas ela te faz escrever para que eu possa sentir. Talvez não sejas tu que eu conheço, mas a inquietação. Essa que te faz escrever. Essa que me faz escrever, às vezes. Essa que me faz sentir, sempre. Seja como for, sinto que te conheço.
domingo, 19 de agosto de 2012
Conheço-te pela capa
Passei ao teu lado, igual a todas as outras vezes. Pequei em ti, olhei, li a nota de autor na contra capa. Voltei a colocar-te no sítio. Conheço-te pela capa, já sabia o que me ias dizer, nas tuas 753 páginas.
Voltei a colocar-te no sítio.
Não acontece com frequência a surpresa de páginas ricas numa capa como a tua. Tens uma capa fantástica, letra grande, dourada em relevo. Papel macio, quase aveludado numa cor profunda que reflecte conteúdo. Mas, infelizmente para ti, conheço-te pela capa. A tua capa expõe-te como um vestido de qualidade que veste uma pessoa vazia. És uma miragem, se valesses só pela capa, serias maravilhoso, profundo, serias o motor da mudança interior, do ser melhor e para o mundo.
Ao passar a beleza estonteante da capa, vi que o papel era de qualidade, cheirava a novo e a tinta fresca. A dedicatória na primeira folha, a agradecer aos teus e aos que foram para ti, sem eles não terias conseguido escrever aquela obra, aquela capa. O texto começava com a primeira letra trabalhada, fazendo lembrar as fábulas da minha infância, aquelas que me ensinaram os lemas do dia a dia.
Custava a acreditar, eras mesmo perfeito. A tua capa, a tua dedicatória, até a letra trabalhada, foste feito para impressionar.
Depois comecei a ler.
E eras só uma história. Vazia. Não tinhas lema como as fábulas da letra trabalhada. Não tinhas a profundidade que anunciaste no relevo do título. E quando cheguei ao fim, não entendi porque agradecias na primeira página.
Eras só uma capa. Eras belo e novo e talvez até misterioso. Mas eras só uma capa.
Voltei a colocar-te no sítio. A partir de agora ia ter cuidado ao escolher.
De hoje em diante, conheço-te pela capa.
Voltei a colocar-te no sítio.
Não acontece com frequência a surpresa de páginas ricas numa capa como a tua. Tens uma capa fantástica, letra grande, dourada em relevo. Papel macio, quase aveludado numa cor profunda que reflecte conteúdo. Mas, infelizmente para ti, conheço-te pela capa. A tua capa expõe-te como um vestido de qualidade que veste uma pessoa vazia. És uma miragem, se valesses só pela capa, serias maravilhoso, profundo, serias o motor da mudança interior, do ser melhor e para o mundo.
Ao passar a beleza estonteante da capa, vi que o papel era de qualidade, cheirava a novo e a tinta fresca. A dedicatória na primeira folha, a agradecer aos teus e aos que foram para ti, sem eles não terias conseguido escrever aquela obra, aquela capa. O texto começava com a primeira letra trabalhada, fazendo lembrar as fábulas da minha infância, aquelas que me ensinaram os lemas do dia a dia.
Custava a acreditar, eras mesmo perfeito. A tua capa, a tua dedicatória, até a letra trabalhada, foste feito para impressionar.
Depois comecei a ler.
E eras só uma história. Vazia. Não tinhas lema como as fábulas da letra trabalhada. Não tinhas a profundidade que anunciaste no relevo do título. E quando cheguei ao fim, não entendi porque agradecias na primeira página.
Eras só uma capa. Eras belo e novo e talvez até misterioso. Mas eras só uma capa.
Voltei a colocar-te no sítio. A partir de agora ia ter cuidado ao escolher.
De hoje em diante, conheço-te pela capa.
sábado, 18 de agosto de 2012
Conto
Não vou contar nada, ou talvez vá. Mas o conto a que me refiro no título é uma história. Já pensei em escrever um conto, mais vezes do que aquelas que tenho a coragem de admitir, mas depois fico a pensar que talvez fosse má ideia. Acredito que fosse possível escrever uma história, mas não sei se conseguiria escrever uma história boa.
Não sei o que usaria como inspiração. A minha história é demasiado comum para que a partilha da mesmo fosse de algum interesse. Mas já pensei em escrever acerca da história que existe na minha cabeça. É necessário arrumar todos os pensamentos meio tontos que povoam a minha mente.
Não sei como se escreve um conto.
Não sei o que usaria como inspiração. A minha história é demasiado comum para que a partilha da mesmo fosse de algum interesse. Mas já pensei em escrever acerca da história que existe na minha cabeça. É necessário arrumar todos os pensamentos meio tontos que povoam a minha mente.
Não sei como se escreve um conto.
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