Vocês, que gostam de mim,
fazem-me acreditar. Dizem que sou assim e assado, e eu, por gostar de vocês e
principalmente por querer acreditar no que dizem, acho que sou o que falam.
Acho que sou tudo o que vocês me dizem e o que os outros também. Por vezes
penso que o meu conhecimento de mim própria é quase nulo, tanto que quero
acreditar em vós. Sou fraca, sei bem. Tenho esta necessidade de ser aceite por todos.
Não baralhem as coisas, não sou maleável. Não mudo por vossa
conveniência, mas adapto-me aos vossos moldes, como a água da chuva se molda ao
meu rosto num dia como o de hoje. O problema é quando estou em batalhas
sozinha, ou apenas com um oponente. Aí quando todos os vossos assins e assados
não me chegam aos ouvidos, duvido até da própria sombra.
Mas a dúvida pode ser
boa, certo? Faz-nos questionar.
Quando me olho ao espelho conheço quem me olha
de volta, mas debaixo da minha pele existe tanto que um simples espelho não
chega. Debaixo da minha pele existe um mundo de dúvidas e de certezas e um
submundo maior ainda de vontades e desejos. Guardados. As minhas gavetas estão
sempre arrumadinhas e a desarrumação não me é confortável.
O problema com gavetas arrumadas é a tentação. De desarrumá-las, de colocar o mesmo noutro sítio. E quando arranjamos coragem para o fazer descobrimos que apesar da desarrumação não ser confortável sabe bem. É boa. É perigosa e dá poucas certezas, mas também é aliciante e desafiante. E no final percebo que gosto. Da
desarrumação. Do desejo. Das vontades. Da dúvida que surge ao construirmos
certezas.
Olá Crstina! Mais uma vez gostei do que acabei de ler nesta tua publicação. Fico feliz por ver em ti uma "menina" com muito sumo e... assim tão profunda. Deixas transparecer algumas inseguranças, mas quem as não tem? Eu, de uma geração bem mais antiga, ainda luto com as minhas inseguranças...
ResponderEliminarPor outro lado, és uma mulher voluntariosa, lutadora e com objetivos, que bom!! Continua assim minha querida!! Beijinhos