quinta-feira, 18 de abril de 2013

O cansaço e o desejo.

E as horas passam rápido, mas eu sinto todos os segundos intermináveis. E o peso do dia, sente-se, nos olhos e nos pés, na minha ligação ao céu e na minha pertença à terra. A exaustão, quase doce, por estar prestes a ser vencida, só sobreviveria a ti. Tu poderias revertê-la, ou pelo menos, adiá-la. O teu calor, a tua proximidade, as tuas mãos e a tua loucura. Vencê-la apagando-me num abraço apertado misturado com o sono tão desejado, ou adiá-la, cansando-me até ao limite do suportável. Em total sinceridade, não consigo escolher qual me seria mais agradável. Tenho os sentidos deturpados, por cansaço e por desejo. Tenho a pele confusa, querendo o toque suave e frio dos lençóis e ao mesmo tempo desejando o teu toque quente, por vezes rude, mas tão delicado e doce. Não sei se os meus lábios morreriam, juntamente com a noite e a lua, ao toque dos teus, ou se renasceriam, como a fénix, com um novo fogo. Nem sei bem se preferia renascer ou sucumbir. Hoje não tenho respostas, nem reflexões. Apenas possuo incertezas e um turbilhão de sentidos e sentires. Só o corpo me obedece e, em estranha sintonia, funciona como se nem de mim precisasse. Dependente e livre, ao mesmo tempo.
Já nem tenho vontades, só o cansaço.
O cansaço e o desejo.

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